A mudança do perfil do consumidor brasileiro basicamente causada pelo
aumento do poder aquisitivo e do acesso ao crédito obriga as
montadoras a trazer produtos mais equipados com itens de conforto e
estilo. Hoje, atrair um novo cliente é tão desafiador quanto fidelizar
este cliente, por isso os truques são diversos. A disputa ficou nítida
em 2012 nos segmentos de hacthes compactos e médios, como deixou bem
claro o Salão de São Paulo, em outubro, onde as novidades estavam
reunidas. No caso da Citroën,
foi preciso apertar as contas para trazer a segunda geração do hatch C3
com o para-brisa panorâmico, sem exorbitâncias no preço.O item foi um dos mais observados na avaliação de 30 dias que o G1
fez com o carro. Afinal, esta “bolha de vidro” é o que mais destaca o
modelo em relação aos concorrentes e o que traz um diferencial na
sensação de dirigir. A versão testada foi a 1.6 Exclusive manual, que
parte de R$ 51.240, mas o para-brisa diferente já aparece na versão
intermediária, por R$ 45.090. A básica 1.5 Origine sai por R$ 39.990,
mas vem com o vidro "normal".
O recurso aumenta o ângulo de visão em 80 graus. Então, a primeira
sensação ao entrar no carro é a de que o motorista está assumindo um
helicóptero. A ampla visibilidade traz muito conforto nas manobras e na
hora de virar as esquinas. Porém, em cidades como São Paulo, é
impossível não se sentir ameaçado por olhares indiscretos — além do
sucesso das mulheres com os caminhoneiros, dá certo receio de ser
abordado por assaltantes (a legislação brasileira permite que o vidro
dianteiro só possa ser escurecido em 25%).Para quem quer se sentir mais “protegido”, inclusive do sol, basta puxar
o tampão que protege a parte que o para-brisa avança no teto. Mas,
logo, dá saudade dos momentos em que você para no semáforo e devaneia
olhando nuvens ou estrelas — na estrada, a sensação é mais legal e até
vira entretenimento para os passageiros.
No entanto, mesmo com a pintura especial que não deixa o vidro repassar
todo o calor e claridade, quem tem olhos mais sensíveis não vai aguentar
a luminosidade sem óculos escuros. Além disso, mesmo com a proteção
flexível, o vidro forma uma pequena estufa no habitáculo. Quem não gosta
muito de ar-condicionado será obrigado a aderir ao recurso.O para-brisa panorâmico é o grande diferencial do C3, por mudar,
especialmente, a sensação de condução. Não é exagero dizer que sem ele o
carro perde a graça, embora estaticamente esteja harmônico mesmo sem o
item.Por outro lado, o conforto é comprometido pela falta de ergonomia e
pelo espaço interno restrito, especialmente nos bancos traseiros. Algo
que, junto com o pequeno porta-malas e o consumo elevado, compromete a
satisfação do cliente, que pode se encantar mais até pelo irmão Peugeot
308, com o mesmo motor 1.6.
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