Apresentado a cerca de mil convidados entre imprensa e clientes VIPs, na noite desta terça-feira em São Paulo, o novo Golf finalmente colocou os pneus no Brasil. Inicialmente importado da Alemanha, o modelo terá o preço subsidiado pela Volkswagen enquanto não passa a ser trazido do México (o que deve acontecer em meados de 2014) para se livrar do Imposto de Importação. Posteriormente, em 2015, a sétima geração do hatch médio da Volks deverá ser produzida em São José dos Pinhais (PR) ao lado do novo Audi A3 (com quem divide a plataforma modular MQB).
O preço segue como grande mistério, mas, de acordo com o discurso dos
representantes da marca, os valores serão “compatíveis com o segmento”.
Pelas conversas de bastidores, a versão de entrada, Highline 1.4 TSI com
câmbio manual de seis marchas, partirá de algo em torno dos R$ 70 mil. A
mesma versão com câmbio DSG de sete marchas deve custar ao redor dos R$
75 mil, superando os R$ 80 mil quando equipada com todos os opcionais.
Vale lembrar que o modelo vem, de série, com ar-condicionado digital,
sete airbags, ABS, start-stop, controle de estabilidade ESP, rodas de
liga aro 16 e sistema de entretenimento com tela de 5,8″, entre outros
equipamentos. Como opcionais são oferecidos bancos de couro (bege,
marrom ou preto), faróis “inteligentes” (diminuem o facho de luz ao
detectar carros no sentido contrário), controle de cruzeiro adaptativo,
navegador por GPS (ainda com a tela de 5,8″) e um sistema multimídia
mais completo, com tela de 8″, GPS, HD de 60 GB, leitor de DVD, conexão
Bluetooth e interface com iPod.
O motor 1.4 16V TSI (turbo, injeção direta e variador de fase na
admissão) rende 140 cv e 25,5 kgfm de torque logo a 1.500 rpm,
permitindo uma aceleração de 0 a 100 km/h em 8,4 segundos quando
equipado com a transmissão DSG de dupla embreagem (que conta com
borboletas na direção para troca manual de marchas). Durante uma
voltinha como passageiro num curto trajeto delimitado por cones, deu
para sentir que o Golf tem saídas espertas, uma direção rápida e uma
suspensão que pouco deixa a carroceria inclinar – o que vamos conferir
num futuro teste completo.Ainda sem definir exatamente o mix de importação, a VW trouxe
configurações bastante variadas no primeiro lote. Mas espera-se que o
Highline DSG seja o carro-chefe das vendas. Pela faixa de preço, os
principais rivais serão Chevrolet Cruze LTZ 1.8 16V (R$ 77.990) e
Peugeot 308 THP 1.6 turbo (R$ 74.990).
Já o esportivo GTI servirá mais como carro de imagem. O motor 2.0 TSI
tem turbo, injeção direta e variador de fase na admissão e no escape,
para gerar 220 cv e 35,7 kgfm de torque. Equipado exclusivamente com
transmissão DSG de seis marchas (a de sete velocidades da versão 1.4 é
seca, enquanto a de seis é banhada a óleo e aguenta mais torque), o
esportivo é capaz de ir de 0 a 100 km/h em apenas 6,5 segundos (o
controle de largada é de série) e chegar a 244 km/h de máxima.Internamente, o GTI se diferencia pelo acabamento que imita fibra de
carbono no painel e laterais de porta, bancos com abas mais salientes e
pelo belíssimo volante de base reta. Por fora, chama atenção pelas rodas
aro 17″, para-choques com desenho mais agressivo e pelo filete vermelho
que atravessa grade e faróis. É carro para custar ao redor dos R$ 110
mil, podendo até se embolar com o Audi A3 Sportback 1.8 TSFI (R$
124.300) na configuração com todos os opcionais – pacote que inclui
sistema de entretenimento com tela de 8″ e som da marca Dynaudio, park
assist e controlador de velocidade ativo, entre outros equipamentos.
Para quem ficou observando de longe as gerações V e VI, voltar a ver o
Golf em posição de vanguarda deve agradar à grande legião de fãs do
modelo no Brasil. Se o design mantém muitas características das gerações
anteriores (como a coluna “C” larga e as lanternas horizontais), ao
vivo o carro transmite bastante modernidade. O padrão de montagem é
tipicamente alemão, com construção caprichada. Por dentro, se destaca
pelo acabamento refinado, com painel emborrachado e peças agradáveis ao
toque (bem melhor que no Jetta), além da ótima ergonomia. Mas é claro
que no evento a VW só mostrou as configurações completas, com
revestimento de couro, banco do motorista com ajustes elétricos, câmbio
DSG e a central multimídia com tela de 8″ sensível ao toque.O espaço é muito bom para os ocupantes da frente e razoável atrás (não
me apertei com meu 1,78 metro), mas apenas para dois no banco traseiro,
pois o túnel central é elevado e complica a vida do “quinto elemento”. O
porta-malas comporta de 313 a 338 litros, dependendo da versão,
provavelmente devido à medida do estepe.
A se confirmarem os valores estimados, considerando o amplo pacote de
equipamentos, o Golf chega forte e finalmente deve voltar a disputar o
posto de referência do segmento. Mas claro que trata-se de um carro que
vai ocupar uma outra faixa de mercado em relação ao atual Golf
brasileiro, vendido entre R$ 52.390 e R$ 62.180. Tanto que a nossa
geração “4,5″ será mantida em produção por mais algum tempo.
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